UNIVERSIDADE DA MADEIRA

GRUPO DE ASTRONOMIA


Observação do mês

N.º 56 - Agosto 2006


Corona Australis

A constelação de Corona Australis (Coroa Austral) faz parte da família de constelações do Hemisfério Sul. Faz fronteira com as constelações de Scorpius ( Observação do Mês nº43 - Julho 2005 ), Sagittarius, Ara e Telescopium. Embora as suas estrelas sejam pouco brilhantes, a sua forma característica pode localizar-se facilmente a partir da cauda do escorpião.


Figura 1 - A constelação de Corona Australis e a sua vizinhança.

Estrelas da constelação de Corona Australis
Nome Designação magnitude Classe Tipo Espectral Distância (AL)
Alfecca Meridiana alfa - CrA 4.1 V A0 130
- beta - CrA 4.1 II K0 508
- gama 1 - CrA 5.0 V F8 58
- gama 2 - CrA 5.0 V F8 58
- delta - CrA 4.6 III K1 175
- epsilon - CrA 4.9 V F2 98
- zeta - CrA 4.8 V A0 184
- eta 1 - CrA 5.5 V A3 --
- eta 2 - CrA 5.6 IV B9 --
- kapa 1 - CrA 5.7 V B9 --
- kapa 2 - CrA 6.3 III A0 --


Alfecca Meridiana (alfa CrA) é uma estrela da sequência principal cuja magnitude aparente de 4.1 faz dela a estrela mais brilhante desta constelação. Tem a particularidade de rodar sobre si própria a uma velocidade relativamente alta para este tipo de estrela (cerca de 180 km/h no equador).

gama CrA é um sistema duplo composto por duas estrelas muito semelhantes. Ambas têm magnitude aparente 5.0, pertencem à classe espectral F8 e são estrelas da sequência principal. Efectuam uma revolução completa em torno do centro de massa comum a cada 120 anos. O facto de estarem muito próximas uma da outra dificulta a sua observação com pequenas ampliações.

kapa CrA é um sistema binário composto por uma estrela gigante de classe espectral A0 (kapa 2) e uma estrela da sequência principal de classe espectral B9 (kapa 1). O sistema pode ser observado sem recurso a grandes ampliações.

NGC 6541 é um enxame fechado cuja magnitude aparente é de aproximadamente 6.0. Trata-se de um objecto ao alcance de pequenos telescópios ou mesmo binóculos. A sua distância ao Sol está estimada em 14 000 anos luz.

Visibilidade da Madeira - Embora a constelação de Corona Australis seja uma das constelações do Hemisfério Sul ela é completamente visível da latitude da Madeira (aprox. 32ºN). Contudo a suas estrelas nunca sobem mais do que 20º no horizonte (é, por exemplo, o caso de epsilon CrA). O enxame fechado NGC 6541 sobe no máximo a pouco mais de 10º acima do horizonte o que poderá dificultar a respectiva observação.


> © 2006 Grupo de Astronomia da Universidade da Madeira

< Observação do Mês > < Grupo de Astronomia >