UNIVERSIDADE DA MADEIRA

GRUPO DE ASTRONOMIA


Observação do mês

Nº 15 - Março 2003


LEO

A constelação de Leão (Leo) pode identificar-se nos céus a partir da sua estrela mais brilhante Regulus (alfa-Leo). Actualmente o planeta Júpiter está relativamente próximo de Regulus e pode ser utilizado como uma referência para localizar a estrela (ver figura seguinte). Note-se que Júpiter é muito mais brilhante do que Regulus. Pode depois partir-se para a identificação de outras estrelas da constelação de Leão. Esta é uma das poucas constelações cuja figura se associa facilmente ao respectivo nome.

 

Regulus (alfa-Leo) é a estrela mais brilhante da constelação. Situa-se a cerca de 85 anos luz do Sol e a sua magnitude aparente é de 1.4. Estima-se que tenha um diâmetro 5 vezes superior ao do Sol. Com pequenos telescópios é possível verificar que Regulus possui uma companheira cuja magnitude aparente é de 8.0. A distância entre as duas estrelas é cerca de 100 vezes a distância de Plutão ao Sol!

Algieba (gama-Leo) é uma estrela situada a 170 anos luz cuja magnitude aparente é de 1.9. Através de binóculos é possível verificar a presença de uma estrela de magnitude 5.0. Esta estrela, designada por 40 Leo, não tem qualquer relação com Algieba. Acontece simplesmente que ambas as estrelas ficam na mesma linha de visão. Recorrendo a um pequeno  telescópio deverá ser possível dividir Algieba em duas estrelas, de magnitudes 2.6 e 3.8, essas sim formando um verdadeiro sistema binário. O período orbital deste sistema binário é de 600 anos.

Nome Designação magnitude Classe Tipo espectral Distância (Al)
Regulus alfa-Leo 1.4 V B7 80
Denebola beta-Leo 2.1 V A3 40
- eta-Leo 3.5 Ib A0 2000
Algieba gama-Leo 2.6 III K1 150
3.8 III G7
Aldhafera zeta-Leo 3.4 III F0 120
- miu-Leo 3.9 III K2 200
- epsilon-Leo 3.0 II G1 300
Zosma delta-Leo 2.6 V A4 60
Coxa teta-Leo 3.3 V A2 8

Existem várias galáxias na constelação de Leão. Vamos referir apenas M95 e M96 as quais, apesar de serem as duas mais brilhantes, têm magnitudes aparentes de 9.7 e 9.2 respectivamente. A observação de objectos como estes, com pequenos telescópios, constitui um desafio.  No caso de sucesso deverá apenas ser visível, em qualquer dos casos, o núcleo central (um apequena mancha luminosa desfocada). M95 e M96 localizam-se mais ou menos na mesma direcção (ver figura) e distam entre 20 a 30 milhoes de anos luz!


Grupo de Astronomia da Universidade da Madeira - 2003