XI Encontro Nacional de Astronomia e Astrofísica


Nuvens Moleculares Escuras

João L. Yun
Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa
Observatório Astronómico de Lisboa, Tapada da Ajuda
,
1349-018 Lisboa

Resumo

Apresenta-se nesta comunicação uma descrição do componente molecular do meio interestelar galáctico. Este é constituido por gás molecular e grãos de poeira formando as estruturas mais frias, densas, e massivas da Galáxia da Via Láctea. A presença deste material tem implicações fundamentais sobre o nosso conhecimento das estrelas (e consequentemente das galáxias) pois: i) tem um efeito de extinção e avermelhamento sobre a luz das estrelas; ii) é no interior destas nuvens que ocorre o processo de formação de estrelas; iii) participa na energética das galáxias, ao absorver a luz visível e ultra-violeta das estrelas e re-emiti-la no infravermelho. Os processos de estudo de nuvens escuras é feito com recurso à Astronomia de infravermelho e de milímetro, tanto através de emissão no contínuo como de riscas (transições rotacionais e vibracionais emitidas pela variedade de moléculas presentes nestas nuvens).
Presentemente, a formação de estrelas nestas nuvens constitui um tema de investigação muito dinâmica e activa. De facto, acompanhando a evolução da tecnologia,
desde os anos oitenta (em que a astronomia óptica permitia apenas o estudo de estrelas jovens já relativamente "velhas", isto é, em avançado estado de formação, como as estrelas T Tauri), nos tempos actuais, a investigação concentra-se no estudo dos estádios mais recentes da formação de uma estrela, os imediatamente a seguir ao colapso das nuvens escuras, ou até mesmo os imediatamente antes desse colapso.
Pretende-se assim conhecer as condições físicas existentes nas nuvens no início do seu
colapso.


Grupo de Astronomia da Universidade da Madeira - 2001