Dado que as imagens que captamos do cosmos são obtidas a partir da luz que viaja pelo espaço chegando até nós a partir de fontes tão extraordinariamente longínquas e dado que muitos desses objetos presentemente já se extinguiram, em que medida os estudos teóricos e as suas conclusões enquadram essas realidades? Ou seja, em que medida são enquadradas as realidades temporais do cosmos, já que elas se situam numa espécie de dimensão diferente da nossa, aqui na Terra? A informação viaja pelo espaço sob a forma de ondas electromagnéticas (luz visível, ondas de rádio, raios-x,....) a uma velocidade finita que designamos por velocidade da luz: cerca de 300000 km/s. Isto significa que um raio de luz leva cerca de 1s a percorrer a distância da Terra à Lua. A imagem que vemos do Sol num dado instante corresponde à luz que abandonou a nossa estrela cerca de 8 minutos antes. Quando a sonda New Horizons passou por Plutão em 2015 os dados enviados pela mesma viajaram cerca de 5h pelo espaço antes de serem captados na Terra. Dizemos que a distância a Plutão nessa data era de cerca de 5 horas luz.

Quando falamos nas estrelas a escala passa para anos-luz e quando vamos para a escala das galáxias falamos em valores superiores a milhões de anos-luz. A galáxia de Andrómeda, por exemplo, que é uma das nossas vizinhas mais próximas situa-se a cerca de 2.5 milhões de anos-luz. Quando olhamos para esta galáxia estamos a captar luz que viajou pelo espaço 2.5 milhões de anos. Quando estudamos esta galáxia, fazemos esse estudo baseado na informação que recebemos no nosso presente. Uma estrela que tenha explodido em Andrómeda há um milhão de anos, para nós continua a ser uma estrela normal. A imagem dessa explosão apenas viajou um milhão de anos-luz. Apenas daqui por 1.5 milhões de anos é que vamos poder observar essa explosão aqui na Terra. Quando observamos o Universo em larga escala estamos a visualizar objetos celestes a diferentes distâncias e em etapas diferentes da sua evolução.

Uma galáxia é composta por estrelas e nuvens de gás essencialmente. O ciclo de vida de uma estrela como o Sol é da ordem dos 10 000 milhões de anos. Assim é de esperar que uma qualquer galáxia distante que observemos e sabemos estar a milhões de anos-luz continue por lá no nosso tempo presente, embora a sua configuração já possa ter sofrido alterações. Seja como for temos de esperar para ver.... Given that the images we capture of the cosmos are obtained from the light that travels through space reaching us from such extraordinarily distant sources, and given that many of these objects are now extinct, to what extent do theoretical studies and their conclusions fit these realities? That is, to what extent are the temporal realities of the cosmos framed, since they are located in a kind of dimension different from ours, here on Earth? Information travels through space in the form of electromagnetic waves (visible light, radio waves, x-rays, etc.) at a finite speed that we call the speed of light, around 300 000 km/s. This means that a ray of light takes about one second to travel the distance from Earth to the Moon. The image we see of the Sun at a given instant corresponds to the light that left our star about 8 minutes earlier. When the New Horizons probe passed Pluto in 2015, the data sent by it traveled about 5 hours through space before being captured on Earth. We say that the distance to Pluto on that date was about 5 light hours.

When we talk about stars, the scale passes to light-years and when we go to the scale of galaxies, we talk about values greater than millions of light-years. The Andromeda galaxy, for example, which is one of our closest neighbors, is located about 2.5 million light years away. When we look at this galaxy, we are capturing light that has traveled through space for 2.5 million years. When we study this galaxy, we do that study based on the information that we receive in our present. A star that exploded in Andromeda a million years ago is still a normal star for us. The image of this explosion only traveled a million light years. Only 1.5 million years from now will we be able to observe this explosion here on Earth. When we observe the Universe on a large scale, we are viewing celestial objects at different distances and at different stages of their evolution.

A galaxy is essentially composed of stars and gas clouds. The life cycle of a star like the Sun is on the order of 10 billion years. So, it's to be expected that any distant galaxy that we observe and know to be millions of light-years away will still be there in our present time, although its configuration may already have undergone changes. Either way, we'll have to wait and see...