Procurando assinalar o centenário da publicação do emblemático livro “Democracy and Education” de John Dewey, o Centro de Investigação em Educação da Universidade da Madeira (CIE-UMa) junta-se às múltiplas iniciativas de homenagem que, ao longo de 2016, em diversas partes do globo, têm vindo a ser prestadas a este filósofo e pedagogo incontornável na história da educação.
Normalmente associado à corrente filosófica do Pragmatismo, embora preferisse o termo Instrumentalismo, por encarar a educação como instrumento para a resolução de problemas reais, John Dewey defende o método científico e a necessidade de problematização, pondo as crianças a pensar, aliando o pensamento à ação, com foco especial na prática, na experiência enquanto geradora de conhecimento. Falar de John Dewey é falar igualmente do movimento da Escola Nova, da Educação Progressiva, da Psicologia Funcional, do entendimento do Currículo virado para a criança, enfim, é falar da valorização da pessoa e sua vivência democrática. Não tendo ficado apenas pelas ideias, procura pô-las em prática na Laboratory School da Universidade de Chicago, durante dez anos (1894-1904), findos os quais, e após divergências internas, se muda para a Universidade Columbia em Nova Iorque.
O XII Colóquio CIE-UMa visa assim debater, no âmbito das suas três linhas de pesquisa (Currículo, Inovação Pedagógica e Administração Educacional) a atualidade do pensamento pedagógico de John Dewey, indelevelmente marcado por uma filosofia de educação que apela à democracia, à participação e ação na esfera pública, desenvolvidas a partir da escola, tendo em vista uma sociedade mais justa e solidária.
Carlos N. Fino
Jesus Sousa
Centro de Investigação em Educação
Universidade da Madeira
XI Colóquio CIE-UMa Didática e Matética
Apresentação
Decorrido um ano do último Colóquio,continuamos a depositar confiança nos atores educativos que sobrevivem aos escombros de uma escola restante e que procuram o necessário desprendimento de uma pedagogia obsoleta, que teima em manter-se inalterada, não obstante as evidências incontestáveis da sua ineficiência e desadequação.
São muitas as crenças, mas também as dúvidas que ainda nos ensombram neste processo imbricado que conduz à aprendizagem: Haverá melhores métodos de ensino? Quais as estratégias mais adequadas à promoção de aprendizagens significativas? O que se pode esperar do professor face a um grupo heterogéneo de alunos num sistema escolar marcado por padrões de eficiência e de racionalidade técnica? Importa saber como aprendem as crianças? Que motivos justificam uma reflexão em torno da didática e da matética? Serão realidades (in)conciliáveis?
Esperemos que este colóquio do Centro de Investigação em Educação da Universidade da Madeira, para além de realçar a importância da didática e da matética, constitua uma oportunidade para desenhar novos cenários de ação pedagógica que permitam equilibrar o binómio ensino - aprendizagem e, sem desmerecer o papel desempenhado pela didática, propomos lançar um novo olhar para a aprendizagem, na certeza de que as decisões pedagógicas podem fazer a diferença.
Mais do que encontrar métodos eficazes de intervenção pedagógica, é nossa intenção convocar as investigações realizadas neste domínio, procurando submeter as nossas expetativas e conceções ao debate e à reflexão fundamentada e colaborativa, numa permanente atitude epistemológica e fenomenológica de questionamento sobre o modo como os alunos aprendem e os professores ensinam.
Fenanda Gouveia
Gorete Pereira
Centro de Investigação em Educação
Universidade da Madeira
X Colóquio CIEUMa - A Escola Restante
Apresentação
Volvidos 10 anos em torno da organização dos colóquios sobre educação do Centro de Investigação em Educação da Universidade da Madeira;
Volvidos 40 anos de um 25 de abril que continuamos a sonhar ver concretizado nos seus ideais, em todas as dimensões e contextos sociais;
Importa desvelar o que a educação, espaço e tempo de democracia e de desenvolvimento, tem (des)construído naquele que é o seu contexto de eleição: a escola, não esquecendo a sua relação com a comunidade, com o poder local, regional e nacional, nem tão-pouco com os critérios de convergência europeus e o mercado global de relações.
Que dimensões e que contextos de aprendizagem corporificam hoje a Escola em Portugal? O que se apresenta como inovação pedagógica? Que transformações curriculares, criticamente construídas, se apresentam como contributos às aprendizagens significativas, na multiplicidade das suas expressões? Que políticas de liderança e administração educacional têm contribuído para o empoderamento das escolas, das comunidades de aprendizagem e daqueles atores sociais que com ela se relacionam diariamente? Que contributos da pesquisa em educação se apresentam à Escola como instrumentos estratégicos à aprendizagem e transformação organizacionais num período pós-troika e num cenário sobrevivente?
Este X Colóquio do Centro de Investigação em Educação da Universidade da Madeira, pretende, desta forma, cruzar (X) em torno do sistema - Escola - as suas linhas de investigação e sobretudo, a partir delas, dar voz aos seus atores, direta ou indiretamente, empenhados na transformação das imagens (suspeitas, em crise ou mínimas) da Escola em Portugal.
Ana França Kot-Kotecki
Nuno Silva Fraga
Centro de Investigação em Educação
Universidade da Madeira
Livro que reúne as conferências e as comunicações do X Colóquio CIEUMa A Escola Restante
Organizado porNuno Silva Fraga e Ana França Kot-Kotecki
Publicação do CIEUMa, 2015
IX Colóquio CIEUMa - Estado mínimo, Escola mínima
A educação foi desde sempre encarada como um processo de preparação para o futuro. Por esta razão, a aposta na educação foi sempre vista como um investimento que vai levar a um futuro melhor. Até ao momento, a crise tem tido imensas e graves repercussões na educação que são visíveis no despedimento de professores, no aumento do número de alunos por turma, num currículo de banda cada vez mais estreita que tenta responder à imposição de exames nacionais e que se alargam a todos os ciclos do ensino básico e secundário. Este seria o tempo de investir num sector que se considera fundamental para que o país seja capaz de enfrentar esta e outras crises da melhor forma possível, ou seja, proporcionar às gerações futuras ferramentas que as tornem aptas a enfrentar os problemas e encontrar soluções. Pelo contrário, assistimos a um atentado concertado ao Estado Social, ao desinvestimento na educação pública tendo esta se transformado num dos principais alvos dos cortes orçamentais do Governo. A aposta na educação tem que ser reconquistada uma vez que esta se apresenta como uma fonte de recursos que nos vai permitir preparar o futuro e interpretar a realidade. Neste contexto impõe-se o debate sobre as políticas públicas de desinvestimento/investimento na educação em Portugal e as suas consequências para a escola e para o futuro do país. Este colóquio constitui uma oportunidade de partilha e de reflexão que contará com a presença de alguns especialistas nacionais na área da educação.
Fernando Correia
Centro de Investigação em Educação
Universidade da Madeira
VIII Colóquio CIEUMa - O Futuro da Escola Pública
Apresentação
Embora a escola pública se tivesse inicialmente assumido como instrumento das liberdades de aprender e de ensinar, apresenta-se, na prática, como autoridade educativa, ao serviço do poder político e burocrático, sem descentralização e sem autonomia. Expressa ainda uma ideologia educativa, visto que é o Estado, por via política, que define o projecto educativo, seja ele qual for. Deste modo, as liberdades de aprender e de ensinar asseguradas pela escola pública do Estado, encontram-se invalidadas pelos desígnios de dominação do ensino, por parte de governos, instituições e pessoas. Consequentemente, o sistema educativo público tem vindo a converter-se, gradualmente, num instrumento político de condicionamento das pessoas e só nesta perspectiva se entende a complacência da sociedade face às sucessivas reformas educativas. É consensual que o Estado deve intervir para garantir o direito social à educação. Porém, ao advogar-se titular do direito de ensinar, sob o propósito ideológico de um qualquer poder político, condiciona a credibilidade das suas próprias intervenções.
Sem estabilidade, sistematicamente fiscalizada e sufocada na burocracia, a escola pública parece desvincular-se do desígnio identitário subjacente à sua génese. Impõe-se o debate sobre o futuro da escola pública, avaliando a sua acção no campo do ensino e determinando qual deverá ser efetivamente o seu papel. Este colóquio destina-se a todos os profissionais envolvidos e/ou interessados no processo educativo, e constitui uma oportunidade de partilha e de reflexão que contará com a presença de alguns especialistas nacionais na área da educação.
Alice Mendonça
Centro de Investigação em Educação
Universidade da Madeira
VII Colóquio CIEUMa - A escola em tempo de crise
VII Colóquio CIE-UMa - Escola em Tempo deCrise: oportunidades e constrangimentos
Apresentação
O VII Colóquio CIE-UMa vai decorrer num tempo (de crise) difícil a todos os níveis e austero para todas as estruturas organizacionais da nossa sociedade. Contudo, este tempo (de crise) pode ser também uma oportunidade para reflectir sobre resultados, criar novas soluções, partilhar constrangimentos e debater ideias. Tivemos em conta todas as condicionantes actuais aquando do planeamento deste VII Colóquio CIE-UMa de modo a tornar todas as actividades deste evento acessíveis à maior parte da população profissional e estudantil interessada em participar na 7ª edição do Colóquio CIE-UMa. É com grande entusiasmo e contentamento que esperamos por si no nosso VII Colóquio CIE-UMa no Auditório da Reitoria da Universidade da Madeira (Praça do Município) nos dias 5 e 6 de Dezembro de 2011 para debater A escola em tempo de crise.
António V. Bento
Centro de Investigação em Educação
Universidade da Madeira
O VI Colóquio CIE-UMa pretende debater etnografia da educação, que é a prática etnográfica dos professores investigadores e dos investigadores que interpretam os fenómenos educativos pela lente de uma teoria explícita da educação, mediante imersão nas culturas dos praticantes da educação, sejam essas culturas escolares ou não. Uma prática que acontece por dentro dos fenómenos educativos, que fala do seu interior, na voz dos seus participantes. Não se trata, portanto, de um convite ao olhar de fora para dentro dos fenómenos educativos, muito menos de uma abertura a interpretações fundadas no senso comum.
Por outras palavras, o VI Colóquio invoca uma etnografia específica, entendida como utensílio metodológico, cuja fundamentação epistemológica é a que lhe é conferida pelas suas principais referências, como Lapassade, por exemplo, mas que carece do quadro conceptual das ciências da educação para a devida compreensão e interpretação da informação que recolhe.
Carlos Fino
Centro de Investigação em Educação
Universidade da Madeira