Tucana

A constelação de Tucana (Tucano) é uma pequena constelação do Hemisfério Sul que faz fronteira coms as constelações de Phoenix ( Observação do Mês nº 47 - Novembro 2005 ), Eridanus ( Observação do Mês nº60 - Dezembro 2006 ), Grus ( Observação do Mês nº 70 - Outubro 2007 ), Indus ( Observação do Mês nº 80 - Agosto 2008 ), Hydrus e Octans.

Figura 1 - A constelação de Tucana e a sua vizinhança.

Estrelas da constelação de Tucana

Nome	Designação	magnitude	Classe	Tipo Espectral	Distância (AL)
--	alfa - Tuc	2.9	III	K3	199
--	delta - Tuc	4.5	V	B8	267
--	gama - Tuc	4.0	III	F1	72
--	eta  - Tuc	5.0	V	A1	159
--	zeta - Tuc	4.2	V	F9	28
--	beta1 - Tuc	4.4	V	B9	140
--	beta2 - Tuc	4.5	V	A2	172
--	beta3 - Tuc	5.1	V	A0	151

Alfa-Tuc é um sistema binário cuja componente primária (alfa-Tuc A) é uma gigante laranja com magnitude aparente de 2.9. A componente secundária ainda não foi directamente observada. A sua presença foi, no entanto, inferida a partir da observação de mudanças no movimento próprio da componente primária. Neste caso dizemos que temos um binário astrométrico.

Zeta-Tuc é uma estrela da sequência principal muito semelhante ao nosso Sol. Para além disso é também uma estrela próxima pois está a apenas 28 anos luz do Sol.

Beta-Tuc é na realidade um grupo de seis estrelas. Apenas três das estrelas são visíveis a olho nu. A mais brilhante com magnitude aparente 4.4 é beta1-Tuc (também conhecida por beta-Tuc A) uma estrela azul-branca da sequência principal. A seguir, em termos de brilho, temos com magnitude aparente 4.5  beta2-Tuc (também conhecida por beta-Tuc C) uma estrela branca da sequência principal. As duas estrelas estão separadas por, pelo menos, 1100 Unidades Astronómicas (UA).

beta1-Tuc tem por companheira uma estrela de classe espectral A e magnitude aparente 13.5 designada por beta-Tuc B. A separação entre ambas é da ordem das 100 UA.

beta2-Tuc também tem uma companheira. Neste caso uma estrela de magnitude aparente 6.0 e classe espectral A designada por beta-Tuc D. A separação entre ambas é de apenas 16 UA.

beta3-Tuc é um sistema binário separado do par formado por beta1-Tuc e beta2-Tuc por cerca de 23 000 UA (aproximadamente 0.37 anos luz). As estrelas deste binário, ambas da sequência principal, tem magnitude aparente 5.8 e 6.0. A separação entre ambas é de apenas 4 UA.

Não é claro se beta3-Tuc está ligada ao resto do sistema (do qual dista 0.37 anos luz). No entanto todas as estrelas praticamente à mesma distância do Sol e apresentam o mesmo movimento próprio no céu. Isto leva a crer que deve existir alguma ligação entre elas.

A Pequena Nuvem de Magalhães (SMC, NGC 292) é uma pequena galáxia irregular satélite da Nossa Galáxia. A sua magnitude aparente é de aproximadamente 2.7 sendo, portanto, perfeitamente visível a olho nu (à primeira vista poderá parecer como apenas mais uma parte do disco da Via Láctea). Situa-se a aproximadamente 200 000 anos luz. Ocupa uma região relativamente vasta na constelação de Tucana junto à fronteira com a constelação de Hydrus. Faz parte, juntamente com a Via Láctea, do Grupo Local de Galáxias.

A galáxia SMC é (de longe) o objecto de céu profundo mais brilhante da constelação de Tucana. Seguem-se, em termos de brilho, quatro enxames fechados. Os dois mais brilhantes pertencem à Via Láctea (a Nossa Galáxia) e os outros dois, bastante mais distantes, pertencem à própria SMC.

 

Enxames Fechados na constelação de Tucana

Designação	Galáxia	magnitude	Distância (AL)
NGC 104	Via Láctea	4.0	13 400
NGC 362	Via Láctea	6.6	27 700
NGC 292	SMC	9.6	200 000 (aprox)
NGC 419	SMC	10.0	200 000 (aprox)

NGC 104, também conhecido por 47 Tucanae, é o segundo maior enxame fechado do céu e também o segundo mais brilhante (em primeiro temos Omega Centauri na constelação de Centaurus). A designação 47 Tucanae tem a ver com o facto de este enxame ter sido catalogado inicialmente como uma estrela. As suas estrelas estão dispersas por uma raio de cerca de 60 anos luz. Este enxame está a aproximar-se de nós à velocidade de 19km/s.

Visibilidade da Madeira - A constelação de Tucana fica sempre abaixo do horizonte para um observador localizado na Região Autónoma da Madeira.